Diário do Nordeste - 3 de setembro de 2011
Em meio às cobranças dos secretários de planejamento dos Estados nordestinos por maior equidade no financiamento de recursos entre as regiões brasileiras e do esvaziamento no caixa do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o presidente de BNDES Luciano Coutinho garantiu, ontem, que a União irá suprir todas as demandas de recursos para os grandes projetos estruturantes da região, à exceção das refinarias de petróleo.
"Todos os projetos importantes serão financiados. Nenhum projeto relevante na infraestrutura, na energia ficará sem apoio", garantiu Coutinho, minutos antes da reunião do Conseplan, realizada na manhã de ontem, na sede Seplag, no Cambeba. "Isso é apenas uma reprogramação de papéis entre as instituições, de maneira que as energias dos bancos regionais possam se concentrar nas pequenas e médias empresas, que têm de fato, maior dificuldade de acesso ao crédito", justificou. Coutinho evitou falar em concentração de recursos e em esvaziamento do BNB, mas confirmou que o BNDES vai "atrair para si todos os (grandes) investimentos", que, conforme disse, já estariam sendo "estudados e discutidos e serão financiados, sem que haja interrupção de continuidade".
"A situação do BNB nos coloca em uma posição de análise cuidadosa e criteriosa do que vem acontecendo e nos sugere fazer ponderações", ressaltou Eduardo Diogo. Para ele, a nova política (de financiamento dos projetos da região pelo BNDES) precisa ser analisada "para ver se vai ao encontro ou contra as desigualdades regionais".
Desembolsos
Nos primeiros seis meses deste ano, o BNDES desembolsou R$ 1,01 bilhão para projetos no Ceará, ante R$ 1,13 bilhão liberado no 1º semestre de 2010. O montante destinado entre janeiro e junho últimos, representa menos de um terço, ou exatos, 28,1%, dos R$ 3,59 bilhões financiados no Estado, ao longo de 2010. "Isso é tranquilo porque a concentração maior de desembolsos acontece no 2º semestre", explicou.
Política deliberada
Em rápida entrevista coletiva à imprensa do Ceará, o presidente do BNDES falou que a redução de 10,94% nos recursos destinados ao Ceará, no primeiro semestre deste ano, em relação a igual período de 2010, "derivou de alguns desembolsos mais fortes, no ano passado", - a exemplo dos R$ 351 milhões destinados às reformas e readequação do Castelão à Copa de 2014, - que teriam impactado no montante de 2011.
Nordeste e Norte
Coutinho garantiu, no entanto, que, até o fim do ano, o montante de valores destinados ao Ceará, Nordeste e Norte irão superar, entre 20% e 25%, o volume liberado em 2010. Nesse sentido, serão incentivados os financiamentos por meio do Cartão BNDES e do Finame, ambos destinados para micro e pequenas empresas. "O Nordeste e o Norte serão as únicas regiões do País que terão aumento nos investimentos, porque, em geral neste ano, nós adotamos a política de redução de cobertura de nossos investimentos para todos os créditos do bancos, abrindo espaço para o setor financeiro privado".
Segundo ele, essa decisão foi "uma política programada e deliberada, para reduzir a nossa atuação, a exceção dos estados do Norte e Nordeste". Ele confirmou que os recursos destinados às obras de mobilidade urbana e às arenas esportivas à Copa estariam garantidos, bem como os recursos para a ampliação do Porto do Pecém. (CE)
APOIO DA INSTITUIÇÃO
Compras locais serão incentivadas
BNDES assumiu compromisso de desenvolver projeto com o governo do Ceará para preparar as MPEs
Entre os muitos compromissos assumidos pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, com os secretários de Planejamento dos estados nordestinos na reunião de ontem, um em específico foi firmado com o Ceará. Segundo o titular da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag), Eduardo Diogo, a instituição deverá desenvolver juntamente com o governo cearense projeto para aperfeiçoar e incentivar as compras locais. Duas vertentes serão apresentadas: a preparação das micros e pequenas empresas (MPEs) como fornecedoras de grandes empreendimentos e as compras governamentais.
"O BNDES vai financiar a execução desse projeto e também vai trabalhar em conjunto com o Estado para preparar as micros e pequenas empresas para que possam aproveitar ao máximo, como fornecedoras, os grandes empreendimentos que virão para o Ceará, para que eles comprem dessas empresas e o dinheiro circule aqui. Ao mesmo tempo, vamos trabalhar a interface das compras do próprio governo", destaca Diogo. Hoje, afirma, 41,7% do montante que o Ceará tem financiado foi contratado com o banco, somando cerca de R$ 1,69 bilhão.
Já com todos os estados da região, o BNDES declarou que será o maior sustentáculo de investimentos de infraestrutura no Nordeste, incentivando projetos de energia eólica e solar com a melhores taxas.
Integração
Ao mesmo tempo, assumiu o compromisso de apoiar a construção de equipamentos integradores entre os estados, financiar a execução de projetos executivos para implementação de obras de longo prazo; além do que demonstrou interesse na universalização do saneamento, auxiliando as companhias de água e esgoto estaduais a prestar melhor serviço.
Diogo revelou ainda que o BNDES deverá agir como ator junto às agências estaduais de fomento, no caso do Ceará, da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece). "Já que a Adece é a porta de entrada para os grandes projetos em território cearense", argumentou o secretário.
Importância
41,7 por cento é o percentual de participação do BNDES no montante de financiamentos contratados pelo governo cearense
"Todos os projetos importantes serão financiados. Nenhum projeto relevante na infraestrutura, na energia ficará sem apoio", garantiu Coutinho, minutos antes da reunião do Conseplan, realizada na manhã de ontem, na sede Seplag, no Cambeba. "Isso é apenas uma reprogramação de papéis entre as instituições, de maneira que as energias dos bancos regionais possam se concentrar nas pequenas e médias empresas, que têm de fato, maior dificuldade de acesso ao crédito", justificou. Coutinho evitou falar em concentração de recursos e em esvaziamento do BNB, mas confirmou que o BNDES vai "atrair para si todos os (grandes) investimentos", que, conforme disse, já estariam sendo "estudados e discutidos e serão financiados, sem que haja interrupção de continuidade".
"A situação do BNB nos coloca em uma posição de análise cuidadosa e criteriosa do que vem acontecendo e nos sugere fazer ponderações", ressaltou Eduardo Diogo. Para ele, a nova política (de financiamento dos projetos da região pelo BNDES) precisa ser analisada "para ver se vai ao encontro ou contra as desigualdades regionais".
Desembolsos
Nos primeiros seis meses deste ano, o BNDES desembolsou R$ 1,01 bilhão para projetos no Ceará, ante R$ 1,13 bilhão liberado no 1º semestre de 2010. O montante destinado entre janeiro e junho últimos, representa menos de um terço, ou exatos, 28,1%, dos R$ 3,59 bilhões financiados no Estado, ao longo de 2010. "Isso é tranquilo porque a concentração maior de desembolsos acontece no 2º semestre", explicou.
Política deliberada
Em rápida entrevista coletiva à imprensa do Ceará, o presidente do BNDES falou que a redução de 10,94% nos recursos destinados ao Ceará, no primeiro semestre deste ano, em relação a igual período de 2010, "derivou de alguns desembolsos mais fortes, no ano passado", - a exemplo dos R$ 351 milhões destinados às reformas e readequação do Castelão à Copa de 2014, - que teriam impactado no montante de 2011.
Nordeste e Norte
Coutinho garantiu, no entanto, que, até o fim do ano, o montante de valores destinados ao Ceará, Nordeste e Norte irão superar, entre 20% e 25%, o volume liberado em 2010. Nesse sentido, serão incentivados os financiamentos por meio do Cartão BNDES e do Finame, ambos destinados para micro e pequenas empresas. "O Nordeste e o Norte serão as únicas regiões do País que terão aumento nos investimentos, porque, em geral neste ano, nós adotamos a política de redução de cobertura de nossos investimentos para todos os créditos do bancos, abrindo espaço para o setor financeiro privado".
Segundo ele, essa decisão foi "uma política programada e deliberada, para reduzir a nossa atuação, a exceção dos estados do Norte e Nordeste". Ele confirmou que os recursos destinados às obras de mobilidade urbana e às arenas esportivas à Copa estariam garantidos, bem como os recursos para a ampliação do Porto do Pecém. (CE)
APOIO DA INSTITUIÇÃO
Compras locais serão incentivadas
BNDES assumiu compromisso de desenvolver projeto com o governo do Ceará para preparar as MPEs
Entre os muitos compromissos assumidos pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, com os secretários de Planejamento dos estados nordestinos na reunião de ontem, um em específico foi firmado com o Ceará. Segundo o titular da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag), Eduardo Diogo, a instituição deverá desenvolver juntamente com o governo cearense projeto para aperfeiçoar e incentivar as compras locais. Duas vertentes serão apresentadas: a preparação das micros e pequenas empresas (MPEs) como fornecedoras de grandes empreendimentos e as compras governamentais.
"O BNDES vai financiar a execução desse projeto e também vai trabalhar em conjunto com o Estado para preparar as micros e pequenas empresas para que possam aproveitar ao máximo, como fornecedoras, os grandes empreendimentos que virão para o Ceará, para que eles comprem dessas empresas e o dinheiro circule aqui. Ao mesmo tempo, vamos trabalhar a interface das compras do próprio governo", destaca Diogo. Hoje, afirma, 41,7% do montante que o Ceará tem financiado foi contratado com o banco, somando cerca de R$ 1,69 bilhão.
Já com todos os estados da região, o BNDES declarou que será o maior sustentáculo de investimentos de infraestrutura no Nordeste, incentivando projetos de energia eólica e solar com a melhores taxas.
Integração
Ao mesmo tempo, assumiu o compromisso de apoiar a construção de equipamentos integradores entre os estados, financiar a execução de projetos executivos para implementação de obras de longo prazo; além do que demonstrou interesse na universalização do saneamento, auxiliando as companhias de água e esgoto estaduais a prestar melhor serviço.
Diogo revelou ainda que o BNDES deverá agir como ator junto às agências estaduais de fomento, no caso do Ceará, da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece). "Já que a Adece é a porta de entrada para os grandes projetos em território cearense", argumentou o secretário.
Importância
41,7 por cento é o percentual de participação do BNDES no montante de financiamentos contratados pelo governo cearense
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