terça-feira, 27 de novembro de 2012

Juro do cartão de crédito tem menor índice histórico

www.diarioweb.com.br - 20 nov 2012

A taxa de juros média do cartão de crédito apresentou queda histórica no mês de outubro. De acordo com pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), esta é a primeira vez desde 1995, quando começou a pesquisa, que o índice de 10%. Com redução de 9,99% em relação a setembro, o mês passado fechou em 9,37%.

Segundo o economista Bruno Sbrogio, esta redução, apesar de importante, está longe de ser a ideal. “O juros começaram a cair, mas ainda estão muito altos. Continuamos pagando muito por ano”, disse Sbrogio. Esta pequena queda, segundo ele, mostra uma tendência, a possibilidade de se ter um custo menor com o cartão de crédito, mas as pessoas não podem se iludir.

“Ficou menos caro, mas ainda é um juro muito alto. O ideal ainda é fugir das dívidas com cartão de crédito”, completa o economista. Além da taxa de juros do cartão, as outras linhas de crédito para pessoa física pesquisadas pela associação também apresentaram reduções no mês de outubro.

Os juros do comércio tiveram redução de 2,38% em relação a setembro, fechando outubro a 4,10%; o crédito direto ao consumidor (CDC) para financiamento de automóveis reduziu 3,25%, ficando a 1,49%; o empréstimo pessoal feito para bancos caiu 7,65% e fechou outubro a 3,02%; o empréstimo pessoal feito para financeiras reduziu 3,60% e chegou a 7,24% em outubro; e a taxa média para pessoa física apresentou redução de 5,34%, levando a taxa de outubro a 5,50%. Assim como o cartão de crédito, estas outras taxas também atingiram o valor mais baixo desde 1995.

Os juros do cheque especial, apesar de também apresentarem redução (-2,52% em relação a setembro, fechando outubro a 7,75%), foram os únicos que não atingiram o valor mais baixo da história da pesquisa, sendo superados pelo mês de fevereiro de 2011, quando atingiu 7,68%. O crediário dos 12 tipos de lojas pesquisados pela associação também reduziram suas taxas de juros no mês.

Com estas baixas, a taxa de juros média geral para a pessoa física apresentou redução de 0,31 ponto percentual no mês e 6,81 pontos percentuais no ano, o que corresponde a uma redução de 5,34% no mês e 7,03% nos últimos 12 meses, que resultaram em uma redução de 5,81% ao mês (96,93% ao ano) em setembro para 5,50% ao mês (90,12% ao ano) em outubro, garantindo também a menor taxa de juros da série histórica.

As quedas são reflexo da redução da taxa básica de juros (Selic) que vem sendo promovida pelo Banco Central desde julho de 2011. Ao todo, desde o início das reduções até outubro de 2012, a redução da Selic chegou a 5,25 pontos percentuais (-42%), de 12,50% ao ano em julho de 2011 para 7,52% ao ano em outubro de 2012. Segundo Sbrogio, a base da Selic é o termômetro dos juros. E quando baixa, a tendência é todas baixarem junto. “Mesmo com a inflação um pouco acima do esperado, o cenário internacional permite ao governo fazer estas reduções”, afirma.

Segundo a Anefac, mesmo com a redução dos juros e o aumento do crédito no mercado, é importante se atentar para alguns pontos. Entre as dicas da associação está a manutenção de uma vida financeira organizada e a economia para ter uma reserva financeira, evitando assim ficar inadimplente ou ter que recorrer a empréstimos com juros altos.

Para o economista Ângelo Bevilaqua, por causa da taxa ainda extremamente alta, planejamento é a melhor forma de prevenir gastos inesperados com juros que podem afetar a renda. “É um número absurdo. Temos algumas taxas de crédito de mais ou menos 3% ao ano enquanto que o cartão de crédito cobra 9,37% ao mês. As pessoas precisam pensar muito antes de utilizar. Na verdade, o consumidor só deveria utilizar o cartão de crédito quando tivesse certeza de que no próximo mês teria o dinheiro para pagar a fatura total”, aconselha o economista.


Claro e Bradesco anunciam cartão para transação financeira via celular

Parceria vista atuação no segmento de pagamentos móveis.
Governo discute projeto de lei para pagamento por meio de celular.

22/11/2012 - Atualizado em 22/11/2012

A operadora móvel Claro e o banco Bradesco firmaram parceria para atuarem no segmento de pagamentos móveis e anunciaram, nesta quinta-feira (22), que irão lançar um cartão pré-pago para transações financeiras pelo celular, e a utilização de tecnologia de pagamento por aproximação conhecida como NFC (Near Field Communication) nas transações com cartões do banco nos aparelhos da operadora.
A expectativa das empresas é lançar o cartão no segundo trimestre do ano que vem, enquanto para a tecnologia NFC a previsão é de que a tecnologia tenha maior escala na segunda metade de 2013.
 
O cartão pré--pago, vinculado a uma linha de celular, poderá ser usado para compras, pagamentos, saques e consultas de saldo e transferências, e é o primeiro resultado da joint venture anunciada pelas duas empresas em 2011.
Segundo o diretor da Bradesco Cartões, Marcio Parizotto, os ganhos obtidos com a parceria serão igualmente divididos entre o banco e a operadora, e seu principal objetivo é atingir os mais de 46 milhões de pessoas não bancarizadas no Brasil.
O executivo ressaltou, porém, que a tecnologia NFC será destinada principalmente a clientes de maior poder aquisitivo, enquanto o cartão pré-pago, chamado de "moedeiro", será um produto de baixo custo, com limite de transação a ser definido.
"Ainda não temos esse valor (limite), mas a princípio vai ter limite de segurança", disse ele, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.
Segundo as empresas, a tecnologia NFC vai possibilitar a transmissão e captura de transações de cartões de crédito, débito e pré-pagos em estabelecimentos comerciais habilitados, pela simples aproximação do celular ao terminal.
De acordo com Parizotto, o NFC será aceito na rede da Cielo. "A rede de aceitação, que é relevante, é a da Cielo", disse.

Regulamentação

Segundo ele, apesar de não existir uma regulamentação específica para esse tipo de pagamento, os produtos deverão obedecer diretrizes dos órgãos reguladores.
O governo discute a apresentação de projeto de lei para pagamentos por meio de celular. O Banco Central deve apresentar ainda neste ano uma proposta de lei para a presidente Dilma Roussef.
"É importante que a gente esteja sempre alinhado com diretrizes regulatórias, ainda que a regulação efetivamente não exista," acrescentou.
Carlos Zenteno, presidente da Claro, ressaltou que o serviço não deverá sobrecarregar a rede da empresa, que também será utilizada.  "São transações muito simples, e os sistemas estão preparados para isso", disse Zenteno, sem entrar em detalhes.